Mayara Lima
É de conhecimento de todos o quanto foi precária a educação das mulheres ao longo dos séculos. A família, na tentativa de “protegê-las” de sofrerem um “mau” não permitiam que fossem alfabetizadas e as poucas que conseguiam aprender a ler e a escrever possuíam acesso limitado aos livros. Dessa forma, sem formação, incentivo e informação, a mulher foi educada para aceitar e não contestar, para ser coadjuvante e não protagonista. Entretanto, algumas delas conseguiram estar à frente de seu tempo e deixaram um legado que precisa ser constantemente revisitado.
Laura Garcia Moreno Russo (1915-2001) foi uma bibliotecária brasileira pioneira na atuação na regulamentação da profissão no final da década de 1950. Foi, ainda, a responsável por fundar a Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários (FEBAB), sendo sua primeira presidenta. Presidiu também o Conselho Federal de Biblioteconomia (1966-1968) e atuou, na condição de bibliotecária na Academia Paulista de Letras e foi diretora da Biblioteca Mário de Andrade.
Sua atuação foi mais longe: elaborou a primeira versão do Código de Ética Profissional do Bibliotecário em 1961, sendo aprovado dois anos depois, no IV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, sob responsabilidade da FEBAB. No ano de 1966, o Código de ética assume o status de lei, sendo de responsabilidade do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), com o propósito de exercício e da ética profissional.
Como forma de reconhecimento por sua atuação profissional, o Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo (CRB-8) criou em 1998 o Prêmio Laura Russo, com a missão de reconhecer e incentivar ações do uso da biblioteca e do incentivo da leitura em São Paulo.
Sobre a autora:
Mayara de Lima Silva
Bolsista no projeto Nordestinados a ler