Enquanto os americanos vestem o mês de outubro de preto em alusão ao Halloween, comemorado no dia 31, nós, brasileiros, o vestimos de rosa em referência à conscientização para a detecção do câncer de mama.
É verdade que se trata de um período celebrado não só no Brasil, mas no exterior, desde a década de 1990, quando o laço cor-de-rosa foi lançado como símbolo pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuídos aos participantes da primeira “Corrida pela Cura”, realizada em Nova York (EUA) e, desde então, realizada anualmente.
Embora a ciência tenha respostas efetivas a muitas doenças, ela ainda não conseguiu descobrir quais as causas (específicas) para o câncer de mama, que podem ser de ordem:1) comportamentais/ambientais – obesidade, ingestão de bebidas alcoólicas, exposição frequente a radiações ionizantes; 2) hereditárias/genéticas – histórico familiar; 3) aspectos da vida reprodutiva – contraceptivos hormonais como o estrogênio e a progesterona, terapia de reposição hormonal, etc.
Para mim, ter ou não câncer de mama tem a ver com uma “loteria inglória”: aquela que você não joga, mas pelo simples fato de ser mulher, independentemente da idade, conheço mulheres acometidas de C.A com 28 anos de idade, tem muitas chances de ser contemplada.
Escritoras brasileiras como Elvira Vigna, autora de Como se estivéssemos em Palimpsesto das Putas (2016); Ana Michelle Soares, Enquanto eu respirar (2019); Juliana Helena Mesquita, Ousadia para viver (2022); Carolina Magalhães, Mas me parece que você tem câncer (2018) são algumas mulheres que, infelizmente, foram acometidas por essa doença (algumas vieram a óbito), que, se descoberta precocemente, tem cura em 95% dos casos. Por isso, a importância de se fazer o autoexame e a mamografia.
É missão de todos aqueles que detém o conhecimento e os meios de comunicação, especialmente as empresas privadas, como Magazine Luiza; Ambev; Weg; Bradesco e Itaú, compartilhar informações sobre o assunto com os grupos desprovidos de tais conhecimentos, tais como mulheres pretas e pardas que, segundo pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, se consideram menos informadas sobre o câncer de mama.
Elas precisam saber e nós também que: 1) Câncer de mama tem cura; 2) Alimentação saudável, atividade física e amamentação são fatores protetores; 3) Genética não é o único fator de risco; 4) O câncer de mama não dá sinais na fase inicial; 5) O autoexame não substitui a mamografia; 6) O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos os tipos de cirurgia, como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos; 7) A Lei nº 12.732, de 2012, estabelece que o paciente com câncer tem o direito de se submeter ao primeiro tratamento no SUS no prazo de até 60 dias a contar da data em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso; 8) Nem sempre é preciso retirar toda a mama; 9) Homens também podem ter câncer de mama; 10) A Lei nº 13.733/ 2018 institui a iluminação de prédios públicos com luzes de cor rosa; promoção de palestras, eventos e atividades educativas, veiculação de campanhas de mídia e disponibilização à população de informações em banners, em folders e em outros materiais ilustrativos, etc.
O outubro é rosa para aludir à beleza, à suavidade, às emoções e aos afetos que fazem parte do universo feminino. O outubro é rosa para lembrar a força e a esperança que permeiam todas as mulheres. O outubro é rosa para lembrar vida e saúde.
Sobre a autora:
Luciana Bessa Silva
Idealizadora do Blog Literário Nordestinados a Ler