Saulo Pereira Benicio Milfont
É hora de cura
em meu corpo escultura
novos traços
outros passos
mais amados.
Visito a tudo
que a dor torneou
e torneia pelos infinitos
sem suspiros sofridos
mas limiando a serenidade
pelo caos da cidade
na iminência
do medo do mundo.
No estágio desse instante
existe tudo, em uníssono.
é tanto, gritante
que a pequinês alcança a paz
a pausa
ouve o vento
enxerga o amigo
acalma o pensamento
enquanto tudo se desfaz
do existir.
Até mesmo ansiar
deixa de ser verbo
e, portanto,
por enquanto,
deixa o existindo
esquece que foi existido
veste um vestido
e torna-se pequeno também.
A morte, existe mesmo
é parte do final da música.
Finda como todo eterno
está perto,
como toda imensidão
acompanhada do sofrimento,
da guerra,
da solidão.
Foi aceita pela vida
devia ser aceita,
acolhida
ser palavra
vivida.
Tais palavras de pequinês
atenuam o susto ao universo
quando o grande apequena-se
senta-se
e contempla esse verso.
Palavras de passagem
atenuam as dores do pra sempre
quando o óculos temporal
cai
numa primavera carnaval
seguido do outono
e em frente.
Por fim, palavras inexistentes
essas também virão
para vestir de sentido
outros sentidos calados,
pois até a vastidão
tem seus pedaços
ainda inacabados.
Sobre o autor:
Saulo Pereira Benicio Milfont
Saulo Pereira Benicio Milfon – nascido em Juazeiro do Norte, no dia 12 de janeiro de 2001. Hoje com 23 anos, escrevo poemas principalmente sobre o que não entendo. Escrever em versos é como uma conversa com uma entidade que a cada verso, me traz caminhos para compreender, ou ao menos devagar, sobre o que aflige. Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Cariri (UFCA), sem publicações famosas, sem nome no cenário literário nacional, mas sabendo ser poeta de amigos e de mim mesmo.