Começo minhas palavras afirmando que a profissão que forma as outras profissões, é a de professor. Tudo começa aqui!
Como se aprende se não há quem ensine? Essa pergunta nos ajuda a refletir sobre o valor que está sendo dado ao professor. Primeiramente como ser humano. Como os professores das redes públicas e privadas estão se sentindo em sala de aula? Estão sendo tratados como seres humanos que precisam de descanso, de respeito, de remuneração adequada… ou estão sendo tratados como robôs educadores, cuja única função é ensinar e da melhor forma possível, pois não precisam se preocupar com outras necessidades básicas do ser humano. Esse tratamento parece justo? Não!!!
Ser professor é estar sempre se aprimorando, ter espírito empreendedor, brilhante, criativo e inquieto. A partir disso, percebemos que a educação é um compromisso com grandes desafios, onde estamos formando pessoas que pensam e agem, que estão começando a conhecer o mundo e a dar-se conta das possibilidades que mundo dispõe para elas. Seguindo essa linha de raciocínio, compreendemos a responsabilidade imensa que o educador tem na formação de crianças, adolescentes, jovens e adultos, e por conseguinte, na mudança de suas realidades (PIN, NOGARO, WEYH, 2016).
Desse modo, reflitamos: ser professor é fácil? Por tudo o que vemos nos noticiários, pelas leituras que acumulamos durante a vida, já sabemos que não é! Então, por que é uma profissão tão desvalorizada!?
Comecemos falando para quem o professor dar aula: os estudantes. Sem eles, não há como o professor ensinar. Um precisa do outro. Por isso, pensemos: como são as famílias deles? Elas são estruturadas? Valorizam à escola? A primeira casa dos alunos é a família. Essa é a primeira instituição que o indivíduo vai aprender sobre respeito, solidariedade, ética, etc. A educação de casa vai à praça, diz um ditado popular. Sem querer ser determinista, mas, um filho educado, se pressupõe que seja um estudante também educado.
Falemos agora da escola: é preciso esclarecer que a instituição escolar está para levar o ensino acadêmico, pois o papel da educação institucionalizada é diferente do papel da educação familiar, uma é para complementar a outra e ambas andarem juntas. Cada instituição com sua responsabilidade. Numa sala de aula o professor aprende a lidar com diversas pessoas diferentes que pensam diferentes, e cabe a ele respeitar as particularidades de cada aluno, de forma a ser um profissional múltiplo e flexível.
No cotidiano escolar, é notório o desânimo de alguns alunos por estarem ali, por que será isso? A resposta é simples: a maioria dos estudantes resiste à ideia de que tudo que conseguimos foi preciso esforço, dedicação e aprendizado. Como assim? Quando um estudante entende a importância de ser um bom aluno, que vai além de tirar notas altas, entende que significa superar as dificuldades nas disciplinas, insistindo e persistindo naquilo que momentaneamente está difícil, vai vencendo essa barreira e consequentemente, o discente amadurece e passa a valorizar essa fase de sua vida, melhorando seu rendimento escolar.
O sujeito, por sua finitude e incompletude, vive uma constante formação permanente, está sempre em busca de construção do seu eu na história, almejando seu crescimento intelectual.
Portanto, precisamos acabar com essa desvalorização do professor, porque acima de todas as profissões, tem uma que passa por todas elas. É preciso um professor para ensinar aos universitários tudo que eles precisam saber para, futuramente, darem o seu melhor no trabalho. Somos seres humanos e precisamos agir como tais em sociedade.
Referência:
PIN, Silvana Aparecida; NOGARO, Arnaldo; WEYH, Back Cênio. Formação de professores na perspectiva freireana: dizer o mundo e aprender/ensinar o mundo. In: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/17994/pdf. Acesso em: 25/06/2021.
Sobre a autora:
Letícia Isabelle Alexandre Filgueira
Graduada em Letras pela Universidade Estadual do Ceará/ Faculdade de Educação Ciências e Letras – UECE/ FECLI