Em janeiro de 1945, nascia nas terras de Patativa do Assaré, Sebastiana Gomes Almeida Job, mais conhecida como Bastinha Job. Mudou-se para o Crato em 1952, onde cursou Letras na Universidade Regional do Cariri (URCA), quando esta era ainda a antiga Faculdade de Filosofia, e tornou-se uma das mais influentes cordelistas da região.
Foi docente em várias escolas cratenses, como também da URCA – hoje professora emérita – onde dava aulas de Língua Portuguesa e foi responsável por introduzir a disciplina de Literatura Popular (junto com dois outros colegas), no curso de Letras em 1993, sendo também a primeira a lecionar. Ao falar de si mesma, Bastinha poetiza:
“Professora aposentada,
cordelista na ativa,
Assaré do Patativa
é minha terra amada;
Crato é a mãe idolatrada,
que me acolheu em seu seio,
aqui encontrei o veio
da joia da Educação,
da completa Formação
que me deu força e esteio”.
(Bastinha Job, em entrevista para o CaririCult)
Desde pequena a poesia esteve presente na vida de Bastinha Job. As leituras de Clarice Lispector, Monteiro Lobato, Patativa do Assaré e outros autores foram fontes que lhe ajudaram a trilhar seu próprio caminho no ramo da poesia popular. Atualmente, ela ocupa a cadeira nº 4 na Academia dos Cordelistas do Crato, cujo patrono foi Cego Aderaldo.
Em seus cordéis, estão sempre presentes as figuras do imaginário popular, os matutos, os cornos, as namoradeiras e as solteironas. Sua poesia é marcada pela variedade de temas. Já escreveu sobre política, sociedade, religião e preconceito, mas, segundo ela, gosta mesmo é de fazer rir, por isso a temática humorística é recorrente em sua obra.
“Eu faço poesias críticas
com pitadas de humor
e alfinetadas políticas,
mas também falo de amor;
meu poetar é a arma
que incita ou que desarma,
que faz rir, que faz chorar;
em suma ela é catarse
autêntica e sem disfarce
um compromisso a se honrar!”
(Bastinha Job, em entrevista para o CaririCult)
Cratense de coração, em 2014 Bastinha Job lançou o poema Se Queres Ser Meu Amigo Não Fales Mal do Meu Crato!, na coleção Crato 250, eu faço parte dessa história!, organizado pela Secretaria de Cultura em comemoração ao aniversário da cidade.
Com vários folhetos publicados, Bastinha Job é uma mulher extraordinária e que merece espaço em nossos cotidianos de leitura.
Fonte:
LUCAS, Alexandre. Bastinha: uma crítica bem humorada. In: CaririCult: arte, cultura e ideias em movimento. [S.l. : s.n.], 19 set. 2013. Disponível em: https://cariricult.blogspot.com/2013/09/bastinha-uma-critica-bem-humorada.html?m=1 Acesso em: 13 de ago. 2021
Sobre a Autora:
Shirley Pinheiro
Graduanda em Letras pela Universidade Regional do Cariri.
A dorei essa matéria muito importante. Saber que os jovens de hoje se enteressa por esse assunto cordéis. Está de parabéns toda equipe ????