Resident Evil 4 Remake: um relato nostálgico de um nordestinado gamer

Meu primeiro contato com jogos eletrônicos foi aos meus sete anos de idade, nessa época o
aparelho mais acessível para crianças da minha região era ter um minigame, aqueles aparelhos
pequenos de mão que lembravam o gameboy e que inclui o famoso jogo Tetris. Contudo, só
aos treze anos de idade tive acesso aos jogos eletrônicos da era 3D quando me contagiei com
o meu primeiro computador, momento este que também abriu um mundo de possibilidades
em minha vida, mas que deixarei para falar em outra oportunidade. Não me recordo qual foi
meu primeiro jogo que tive contato, porém, um dos meus primeiros jogos memoráveis foram
Grand The Auto Vice City, e um pouquinho mais tarde: Resident Evil 4 (no Japão seu título
original é Bioharzard 4) que foi lançado em 2005.

Conheci Resident Evil 4 (2005) já na minha adolescência, provavelmente tinha quinze ou
dezesseis anos, mas me recordo bem das primeiras sensações que tive nos meus primeiros
minutos de gameplay. O enredo e ambientação do jogo te insere em algum lugar
desconhecido da Espanha em busca da filha sequestrada do presidente dos Estados Unidos,
Ashley Graham. Nesse cenário, jogamos com o personagem Leon S. Kenedy, um ex-policial
(mas agora como um agente incrivelmente treinado e que trabalha diretamente para o mais
alto escalão do governo) que busca encontrar pistas da referida garota desaparecida. Ao longo
da história, nosso personagem Leon adentra em uma aldeia onde seus moradores agem e
vivem de uma maneira totalmente desumana.

Mais tarde, Leon descobre que as pessoas daquele lugar foram infectadas por um organismo
fossilizado (isso mesmo) chamado de Las Plagas, que se tratam de parasitas que controlam as
mentes dos aldeões.

Em resumo, Leon encontra Ashley em cativeiro e, para salvá-la, ele precisa enfrentar diversas
criaturas horrorosas e que desafiam as leis biológicas do universo. Inclusive dentre tais
criaturas, jamais vou me esquecer da primeira vez que vi o Regenerator, uma criatura que
‘incentivou’ muitos gamers (incluindo a mim) a desligarem seu jogo ou no mínimo a terem
grandes sustos e momentos de pura tensão.

Sendo assim, o jogo tem um toque de survival horror mesclado com ação. Então é natural
durante o gameplay passarmos por situações tensas lidando com diversos inimigos.

Sem dúvidas esse jogo marcou minha adolescência e, por isso, acreditava que nenhum outro
jogo da franquia iria ser tão bom quanto este, porém, passados nove anos a desenvolvedora
Capcom nos surpreendeu anunciando o remarco dessa imensa obra. E nesse sentido, lançou
no dia 24 de março de 2023, o Resident Evil 4 Remake (2023). Isso mesmo, assim como já
ocorreu com outros jogos, filmes, séries e novelas, o jogo foi reimaginado e adaptado para as
tecnologias atuais. Para mim e outros jogadores certamente foi a realização de um grande
sonho.

Ao abrir o game, que adquirir para o meu Xbox Series S, minha sensação ao ver aquele menu
foi nostalgia pura. E mais nostalgia ainda é rever as três grandes áreas do game: o vilarejo, o
castelo e a ilha. As referidas áreas tiveram suas essências conservadas, isto é, a arquitetura das
construções, a distribuição geográfica dos elementos, o clima e os efeitos sonoros estão fiéis
ao jogo original.

Em relação aos personagens, a maioria foi representada de forma fiel também, porém, devo
destacar que suas personalidades foram mais trabalhadas; o Leon continua aquele agente
confiante, mas agora menos intolerante diante de alguns inimigos do game; a Ashley agora é
uma mulher mais madura e independente, ajudando o próprio Leon em diversos momentos; o
Luis tem mais história, uma das mudanças mais notáveis foi o envolvimento do personagem
com a Umbrella (empresa farmacêutica utilizada como fachada para desenvolvimento de
armas biológicas); Ada, ainda indiferente com o Leon, no entanto ela o ajuda diversas vezes no
desenrolar da história; por fim, destaco também o Jack Krauser, que dessa vez temos a grande
surpresa de descobrir que este foi o mentor do nosso querido personagem Leon.

Em relação aos chefões, destaco que de maneira geral todos eles sofreram alterações em suas
personalidades. No remake, dessa vez eles são apresentados para o jogador como seres mais
‘devotos’ do Las Plagas que controlam suas mentes. No que concerne ao seu aspecto físico, na
maioria dos personagens foi mantido, contudo, Ramón Salazar foi nos apresentado sem seu
icônico chapéu que nos remete ao imperador francês Napoleão Bonaparte (pelo menos para
mim). Por fim, gostaria de pontuar que o personagem Osmund Saddler teve profusas
mudanças, sendo um personagem que interage menos com o Leon, entretanto, ficou ainda
mais frio.

Eu poderia falar de muitos outros aspectos que envolvem o game, porém, vou parar por aqui.
Quero finalizar recomendando que se você não jogou ainda, vale muito a pena conhecer essa
grande obra, inclusive até o dia de publicação desta resenha eu estava ainda jogando desde o
lançamento (sua característica de replay foi conservada e aprimorada). Ah, ressalto que além
de jogos, a franquia também está disponível em livros, séries e filmes que valem muito a pena
conferir.

Referências:

RESIDENT Evil 4: remake. Japão: Capcom, 23 mar. 2023. 1 jogo eletrônico. Disponível em:
https://www.residentevil.com/re4/pt-br/. Acesso em: 9 ago. 2023.

RESIDENT Evil 4. Japão: Capcom, 11 jan. 2005. 1 jogo eletrônico. Disponível em:
https://game.capcom.com/residentevil/en/. Acesso em: 9 ago. 2023.

Sobre o autor:

Hemerson Soares

Amante de jogos, livros, séries e filmes. Aprendi que a leitura de tudo que está ao meu redor são as maiores fontes de informação e de conhecimento. Sou Bibliotecário, Diagramador, Editor, Ciclista e Gamer (quando pode).

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