Ala feminina da casa de Juvenal Galeno dá voz a mulher na literatura cearense

A residência do poeta Juvenal Galeno, construída pelos idos de 1888, é hoje a Casa de Juvenal Galeno e localiza-se à Rua General Sampaio, nº 1128, bairro Centro, na Terra do Sol, Fortaleza – Ce. Ela sempre foi frequentada pelos nomes mais importantes da cultura cearense, como Patativa do Assaré, Raquel de Queiroz, Demócrito Rocha etc.

Por isso, em 1919, a filha do poeta, Henriqueta Galeno (1887-1964), resolveu criar o Salão Juvenal Galeno e abriu suas portas para um público seleto e numeroso das mais diferentes artes. No ano de 1936, sem a presença do pai, pois já havia falecido em 1931, Henriqueta inaugurou o salão nobre da casa, que passou a se chamar Casa de Juvenal Galeno. Atualmente é um equipamento social mantido pelo Governo do Estado e abriga mais de dez instituições literárias, dentre elas a Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno.

Idealizada nos mesmos moldes de uma Academia de Letras, com quarenta patronas (hoje sessenta), cuja missão era acolher a intelectualidade feminina do Ceará, que até então frequentava as festas promovidas pelo Salão do Poeta na condição de acompanhantes de seus respectivos maridos.

Em 1949 Cândida Galeno (1918-1989), neta de Juvenal Galeno, cria a “Revista Jangada” com o propósito de levar para outros mares a Literatura Feminina cearense, que durante décadas foi construída somente por homens.

Há 83 anos a Ala Feminina recebe mulheres, sempre nos segundos domingos de cada mês, divulga seus trabalhos, as coloca em contato com outras entidades culturais, promove concursos literários e lançamentos de antologias poéticas. 

Como linguagem é poder, a mulher lutou e conquistou o direito de narrar sua própria história. A Ala Feminina contribuiu para esse protagonismo.

Sobre a autora:

Luciana Bessa Silva

Idealizadora do Blog Literário Nordestinados a Ler

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