Fundação Casa de Jorge Amado: da arte à cultura baiana

Naira Leite

A Fundação Casa de Jorge Amado é uma instituição cultural criada em 7 de março de 1987 e localizada no Largo do Pelourinho, 15, em Salvador. Foi fundada e idealizada como a finalidade de estudar os trabalhos do escritor Jorge Amado (1912-2001) e de sua esposa, Zélia Gattai (1916-2008), assim como a arte e a cultura da Bahia, em todas as suas manifestações.

Além disso, a Casa de Jorge Amado tem como outro objetivo a fundação de um fórum destinado a debates acerca da cultura da Bahia principalmente sobre a luta pela superação das discriminações raciais e econômicas. Aberta a visitações, a Casa apresenta uma exposição permanente com livros, imagens, objetos e prêmios do escritor, suficientes para preencher essa página, motivo pelo qual escolhemos alguns: Prêmio Internacional Stalin, em Moscou, (1951); Prêmio de Latinidade, em Paris, (1971); Prêmio Camões (1995). No Brasil, foi agraciado com dois Jabutis: em 1959 (com o romance Gabriela Cravo e Canela) e em 1995 com (A Descoberta da América pelos Turcos).

Através de seminários, oficinas, palestras, exposições, a Fundação mantém viva a memória de um escritor que publicou quarenta livros, sendo vinte e um romances, dentre eles destacamos: Jubiabá (1935), Mar Morto (1936), Capitais de Areia (1937), Gabriela, Cravo e Canela (1958), Dona Flor e seus dois Maridos (1966), Teresa Batista Cansada de Guerra (1972), Tieta do Agreste (1977). Na verdade, Jorge Amado é o autor brasileiro mais adaptado para o cinema, teatro e televisão, como é o caso das três últimas obras citadas.

Um escritor que colocou em seus romances cantores, seresteiros e batuqueiros só poderia ter uma afinidade com a música. Em parceria com Dorival Caymmi (1914-2008) gravou um disco, Festa (1958), em que fazia leituras musicadas pelo companheiro de noitadas, como: “Canto de amor à Bahia” e “Quatro acalantos de Gabriela, Cravo e Canela”. Contudo, os versos-música mais difundidos de Jorge Amado chama-se: “É Doce Morrer no Mar”.

Temas como as injustiças sociais, o folclore, as crenças, a alegria, a força e a sensualidade do povo brasileiro são uma constante na obra amadiana, uma das mais lidas e significativas da Literatura Brasileira.

A Fundação Casa de Jorge Amado – “múltipla, inquieta, mutável e mutante, que a cada dia se renova, hospitaleira e receptiva” – para além de preservar e difundir a obra do escritor, contribui para fomentar a literatura, revelar novos escritores e publicá-los, por meio do Projeto Editorial Casa de Palavras, que já conta com mais de cento e quarenta publicações. Caso deseje conhecer mais perto Amado e sua Casa, acesse: @casadejorgeamado.

Naira Leite Almino


Técnica em Informática. Graduanda em Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Cariri. Bolsista do projeto Blog Literário: Nordestinados a Ler.

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