Disseram-me que quando não é possível dar amor a alguém, a gente escreve. O amor seria um “palavrear”. Deve ser por isso que me pergunto: por que gosto tanto de escrever? O que eu não vivo, escrevo? O que gostaria de viver, eu também escrevo?
Talvez isso explique que todo escritor-escritora, independemente do gênero literário, tenha se rendido à temática do amor em tons variados. Se assim for, acabo de descobrir o motivo da minha escrita: a falta, a ausência. De quê? De quem? De mim? De você? Do que poderíamos ter vivido?
Nossa história? Tão igual a tantas outras. Encontrei-o e amei-o, ou pelo menos, supunha ser amor. Como sabê-lo se antes não senti nada parecido por um outro alguém? O amor é tão múltiplo que me pego pensando se é possível compreendê-lo em todas as fases. A resposta é sempre: não.
Achava que na idade madura não seria capaz de encontrar alguém e construir uma história prenhe de risos, poesias, desejo dos corpos e até de ciúmes – sentimento vil e desolador que fez doer minha cabeça, meu coração, mas, especialmente, destruiu minhas concepções de plenitude.
Três anos se passaram. Não te vejo. Não ouço sua voz. Não sei ao menos se virei lembrança em suas memórias. Eu continuo perdida em você. Noites e dias eu penso na possibilidade de ter sido diferente, que poderíamos estar juntos confabulando um amor que nos envolvesse, nos acarinhasse, nos fortalecesse e nos unisse a cada instante das violações que a vida nos apresenta.
Eu estava totalmente enganada…
Sobre a autora:
Luciana Bessa Silva
Idealizadora do Blog Literário Nordestinados a Ler