Tem um redemoinho na barriga

Perdida. Toquei fogo no mapa e a barriga tem um redemoinho. Não passa ninguém, apenas o silêncio transita. Isso foi ontem, não morri, mas continuo desencontrada.

Juntei todos os comprimidos, inclusive os de tarja preta, coloquei o copo de lado, água bem geladinha. Fui brincar de jogo de botão com os remédios. Distrair-me. Não apareceu nenhuma bússola. Os comprimidos, joguei na privada e fiquei observando-os boiando até se dissolverem. Muito tempo olhando.

A amiga mandou uma oração, preferia um chocolate. Mesmo assim fui ler a bendita reza: assustadora. Ensinava a ser submissa. Rasguei, esse não deve ser o caminho da salvação.

Desconsertada, caminho. Talvez hoje, deixe o feijão queimar. Releia as antigas anotações, refaça a agenda do mês e no meio do caminho saia organizando as pedras.

Sobre o autor:

Alexandre Lucas

Alexandre Lucas é escrevedor, articulista e editor do Portal Vermelho no Ceará, pedagogo, artista/educador, militante do Coletivo Camaradas e a integrante da Comissão Cearense do Cultura Viva.

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